Análise do Final de “Personal Shopper”

"ATENÇÃO CONTÉM SPOILERS IMPORTANTES"

O filme Personal Shopper, dirigido por Olivier Assayas, gerou muitas discussões entre os espectadores devido ao seu final enigmático e suas múltiplas camadas de significado. A obra, centrada em Maureen (interpretada por Kristen Stewart), uma personal shopper lidando com o luto pelo irmão gêmeo falecido, desafia as percepções do que é real e do que é imaginado. Abaixo, exploramos diferentes teorias que os fãs têm sobre o desfecho e a mensagem central do filme.

 

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A Jornada Psicológica e a Busca por Respostas

Desde o início, o luto de Maureen e sua necessidade de contato com o sobrenatural servem como motor da trama. A personagem acredita que, assim como seu irmão Lewis, ela possui habilidades mediúnicas, e isso a leva a buscar sinais de sua presença após a morte. A troca de mensagens de texto enigmáticas intensifica essa busca, questionando sua sanidade e percepção da realidade.

Interpretação dos Fãs: Muitos espectadores sugerem que Maureen, em seu estado de trauma, projeta sua dor e ansiedade em formas externas. Como mencionado em uma teoria dos fãs, a presença do “baque” — que pode ser interpretado como um batimento cardíaco irregular — é uma metáfora para sua própria fragilidade física e emocional. A lembrança constante do problema cardíaco compartilhado com Lewis amplifica a tensão sobre a mortalidade de Maureen e a iminência da morte.

 

O Final Ambíguo: Realidade ou Fantasia?

O desfecho do filme em Omã deixa a interpretação em aberto. Maureen, que se comunica com um espírito invisível, faz perguntas que refletem sua dúvida existencial. A resposta de um “baque” ao seu questionamento “ou sou eu?” sugere que todo o tempo ela estava dialogando consigo mesma, enfrentando suas próprias inseguranças e fantasmas internos.

Contribuições dos Fãs: Diversos usuários sugerem que o encontro final reflete a aceitação de Maureen de que os eventos sobrenaturais não eram sobre o contato com seu irmão, mas sim um reflexo de seu processo de luto e autodescoberta. A afirmação de Assayas de que a história é sobre encontrar a própria identidade e seguir em frente sem respostas concretas reforça essa teoria.

 

Realidade Paranormal ou Autossabotagem?

Outra interpretação que circula entre os fãs é a de que os eventos sobrenaturais são reais, mas não necessariamente benignos. Os fenômenos observados — como copos caindo e marcas de garras — indicam que Maureen pode ter atraído uma presença não desejada. A dúvida sobre se o espírito é realmente Lewis ou outra entidade desperta um medo persistente de que ela nunca terá a certeza que procura.

Teoria Alternativa: Algumas teorias mais ousadas sugerem que Maureen enviou mensagens de texto a si mesma, em um estado de personalidade dividida. Essa hipótese levanta a possibilidade de que a personagem pode ter desempenhado um papel inconsciente na morte de Kyra, refletindo uma cisão mental onde ela é tanto a vítima quanto a autora dos eventos.

 

A Ambiguidade como Força do Filme

O comentário de Assayas, em uma entrevista em Cannes, esclarece que o final visa mostrar a aceitação de Maureen de que os fantasmas podem ser metáforas de seus

próprios medos e dúvidas. Ele sublinha que, apesar dos elementos sobrenaturais, o filme é sobre uma mulher que encontra sua própria voz após a perda, separando-

se da sombra de seu irmão e de suas crenças.

Reflexão Final: Personal Shopper é, antes de tudo, uma jornada introspectiva. As escolhas narrativas de Assayas e a interpretação de Kristen Stewart mergulham

o espectador em um labirinto de emoções e simbolismos, onde a linha entre o real e o imaginado é intencionalmente borrada. O filme deixa aos espectadores a

responsabilidade de decidir se acreditam na versão paranormal, psicológica ou metafórica da história, reforçando a ideia de que algumas perguntas nunca são

completamente respondidas, e talvez isso seja parte da beleza da experiência humana. 

Personal Shopper: está disponível para transmissão na Netflix

 

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