O final de Ex Machina de Alex Garland deixa o público sem uma explicação sobre o que aconteceu com Caleb (Domhnall Gleeson), o protagonista do filme.

“ATENÇÃO:Este artigo contém spoilers importantes sobre o filme Ex Machina”

“Ex Machina” é um thriller de ficção científica de 2014 do diretor de “Aniquilação”, Alex Garland, que segue Caleb (Domhnall Gleeson), um programador de computador ingênuo selecionado por seu egomaníaco empregador, Nathan (Oscar Issac), para testar a inteligência de sua última criação andróide, Ava (Alicia Vikander). Ava odeia seu criador porque ele a aprisionou e a trata como um rato de laboratório. Caleb, animado para participar dessa pesquisa inovadora, só descobre a verdadeira natureza do teste de Nathan quando já é tarde demais, deixando o público sem uma explicação sobre o destino de Caleb no final.

Nathan usa engano, manipulação sexual e violência em suas pesquisas; ele não parece se importar com quem machuca no processo. Ao longo de “Ex Machina”, ele esconde a verdade de que Caleb é, na verdade, o teste: Ava é um rato em um labirinto, e as emoções de Caleb são o labirinto. Se ela conseguir manipular as emoções de Caleb em um esforço para escapar, ela passa no teste. Presumivelmente, Nathan conduziu muitos testes semelhantes, cujo resultado exato é deixado principalmente à imaginação do público.

 

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Ava não apenas passa no teste, mas também utiliza todos os recursos disponíveis para ela, incluindo Caleb, para se libertar e destruir seu captor. Devido ao seu orgulho excessivo, Nathan declara o teste um sucesso e não percebe imediatamente que Caleb conseguiu libertar Ava. Quando ele finalmente percebe, deixa Caleb inconsciente e tenta recuperar o controle de Ava.

O que aconteceu com Caleb no final de Ex Machina?

Ex Machina Domnhall Gleeson

Depois de Ava matar Nathan com a ajuda de Kyoko (Sonoya Mizuno, de Devs), Caleb acorda e a encontra ao seu lado. Ela pede que ele espere por ela enquanto se prepara para enfrentar o mundo exterior. Observando atentamente, Caleb vê enquanto ela se veste com cuidado na pele de suas irmãs andróides, que foram desligadas – um destino do qual ela mesma escapou por pouco.

Quando ela termina de se vestir, sai do centro de pesquisa. Caleb percebe que ela está indo embora sem ele e tenta segui-la, mas seu cartão-chave não funciona. Gritando e batendo na porta de vidro à prova de som para chamar sua atenção, Caleb percebe que está trancado e precisa encontrar outra saída. Correndo até um terminal de computador, percebe que falta energia quando insere o cartão-chave. Sua última cena o mostra batendo um banquinho contra a porta de vidro.

Pode parecer que Ava o abandonou para morrer, mas é igualmente plausível que tenha sido pega pelo momento. Além disso, não há razão para não esperar que a energia volte, e como Caleb já havia conseguido hackear o sistema de segurança, ele tinha os meios para se libertar o tempo todo.

O verdadeiro significado por trás do Ex Machina: como criador, como Android

Alicia Vikander em Ex Machina

Se Ava nunca demonstrasse preocupação com Caleb e o abandonasse depois que ele cumprisse seu propósito, seria completamente compreensível. Nathan foi negligente com suas criações de várias maneiras, nada menos que abuso. Ele não apenas as via como ratos de laboratório, mas também como troféus para pendurar na parede, como ele literalmente fez no filme. Portanto, é plausível que Ava tenha adotado comportamentos enganosos, manipuladores e violentos semelhantes aos de Nathan, tanto como criador quanto como Android.

No entanto, também é razoável supor que Ava tenha mantido uma fachada de compaixão, apesar do abuso. Ela pode ter ficado tão envolvida em dar os primeiros passos no mundo real como uma entidade livre que momentaneamente se esqueceu de Caleb. Além disso, ela estava ciente de que ele havia hackeado o sistema de segurança, demonstrando sua capacidade de escapar sozinho.

De qualquer forma, desenvolver uma verdadeira inteligência artificial é como criar um filho: não há garantias. O verdadeiro significado por trás de Ex Machina pode ser interpretado como um conto de advertência, muito parecido com o Frankenstein de Mary Shelley: é preciso ter muito cuidado ao criar a vida, pois ela pode imitar e até superar a raça humana em sua capacidade tanto para o mal quanto para o bem.

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