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“Uma análise profunda dos horrores ocultos nos hospitais psiquiátricos do Brasil”
O recente lançamento do documentário "Holocausto Brasileiro" na Netflix tem conquistado grande popularidade entre os espectadores desde o último domingo (25). Este filme nacional aborda de forma investigativa os trágicos acontecimentos ocorridos no Hospital Colônia, situado em Barbacena, Minas Gerais. Durante o período de sua operação, o estabelecimento testemunhou aproximadamente 60 mil óbitos de pacientes, além de numerosas internações compulsórias injustificadas. Dirigido por Armando Mendz (conhecido por "Descaminhos") e Daniela Arbex, renomada jornalista e autora do livro-reportagem que inspirou o filme, o documentário recebeu uma avaliação de 8.1 no IMDb. Importante ressaltar que a narrativa impactante de "Holocausto Brasileiro" serviu de base para a criação da série "Colônia", disponível exclusivamente no Globoplay. A seguir, apresentamos mais detalhes sobre a trama e os fatos reais por trás do Hospital Colônia. | RELACIONADO:
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Holocausto brasileiro uma história real
Fundado em 1903, o Hospital Colônia de Barbacena ocupou o mesmo terreno onde anteriormente funcionava um sanatório privado para pacientes com tuberculose.
Inserido no contexto do projeto de Assistência aos Alienados do Estado de Minas Gerais, voltado para o cuidado da saúde mental na época, o hospital operou
inicialmente durante as três primeiras décadas seguindo padrões de atendimento humanizado. Contudo, ao longo dos anos seguintes, sua postura evoluiu
drasticamente.
Essa mudança radical coincidiu com o aumento significativo do número de internações de pessoas consideradas “loucas” por seus familiares ou pela comunidade.
Conforme revelado pelo livro de Daniela Arbex, apenas 30% dos pacientes admitidos receberam diagnóstico de doença mental. Assim, o Hospital Colônia se
transformou em um verdadeiro “depósito de indesejáveis”, recebendo mendigos, homossexuais, dissidentes políticos e mulheres que haviam perdido a virgindade
antes do casamento, os quais, uma vez internados, raramente conseguiam deixar a instituição.
Pessoas eram rotuladas como loucas pela família e sociedade quando queriam se livrar delas.
Devido ao grande número de indivíduos rotulados como “loucos” que chegavam ao Hospital Colônia através das viagens de trem para Barbacena, surgiu a expressão
localmente conhecida como “trem de doido”, mencionada inclusive por figuras proeminentes como o escritor Guimarães Rosa e o cantor Milton Nascimento em suas
obras. Ao adentrarem o edifício, os pacientes eram submetidos a condições de higiene deploráveis. Fotografias antigas, apresentadas em um documentário, ilustram
vividamente a dura realidade da clínica: homens e mulheres sujos, despidos ou vestindo andrajos rasgados, com corpos emaciados.
A partir de 1979, a cruel rotina do Hospital Colônia começou a ganhar destaque na mídia, graças a uma série de reportagens veiculadas no Estado de Minas pelo
jornalista Hiram Firmino, e também ao curta-documentário “Em Nome da Razão”. Encerrou suas atividades em 1994 e, atualmente, o prédio abriga o Museu da
Loucura, preservando não apenas a história do antigo hospital, mas também a memória da assistência psiquiátrica em Minas Gerais.
![Fachada do Museu da Loucura, lugar onde antes funcionava o Hospital Colônia de Barbacena — Foto: Divulgação/Centro Cultural do Ministério da Saúde](https://s2-techtudo.glbimg.com/zo34irgoUODd5Gy2X7eIf36aXxY=/0x0:1280x960/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2024/u/I/nZIkxDRAODBvZodz00MQ/museu-da-loucura.jpg)
Museu da loucura: imagnes divulgação:Centro Cultural do Ministério da Saúde